Em Portugal, a saúde nas suas várias vertentes foi sendo tema de políticas nacionais, primeiro como veículo da preocupação com doenças crónicas, em especial da obesidade, depois em relação com os hábitos de consumo, exercício físico e alimentação saudável, não sendo esquecidas as repercussões das desigualdades sociais e da pobreza no estado nutricional dos portugueses.
O investimento feito na saúde e políticas públicas destinadas à alimentação e nutrição evidenciou-se com o lançamento do Programa Nacional de Saúde 2004-2010 e, posteriormente, com o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), criado em 2012. O relatório anual de 2020 pode ser consultado aqui:
A crise económica e financeira que afectou a Europa e particularmente Portugal em 2008 e, mais recentemente, a crise sanitária, económica e social, causada pela pandemia COVID-19 em 2020, obrigaram a sociedade civil e as entidades públicas, governos incluídos, a dar maior atenção aos problemas relacionados com a insegurança alimentar e nutricional da população.
Um inquérito da Direção Geral de Saúde em parceria com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, realizado durante o primeiro período de confinamento e publicado em Maio de 2020, mostra até que ponto a crise causada pelo novo Covid 19 afectou os hábitos alimentares de muitos portugueses e que uma parte deles receia não ter ou deixar de ter rendimentos suficientes para comprar alimentos:
Ainda segundo o inquérito, um em cada três portugueses (33,7%) tem receio de não ter rendimentos para pagar comida, sendo que 8,3% admitem estar já a sentir essa dificuldade. O Alentejo será a região do país onde mais pessoas (45%) estão em risco de insegurança alimentar, seguida de muito perto pelos Açores (44,5%) e pelo Algarve (41,2%). A região Centro é onde o risco é menor (29,8%).