A nível mundial, as organizações das Nações Unidas FAO, FIDA, UNICEF, PAM e OMS, realizam anualmente o levantamento e análise da situação em todas as zonas do globo no que respeita à segurança alimentar e nutrição.
A edição 2022 do relatório sobre “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo – SOFI 2022”, indica que o número de pessoas afectadas pela fome aumentou para 828 milhões em 2021 -um aumento de cerca de 46 milhões relativamente 2020 e 150 milhões desde o início da pandemia de COVID-19 - o que corresponde a 9,8% da população mundial.
Cerca de 2,3 mil milhões de pessoas no mundo (29,3% da população) apresentavam insegurança alimentar moderada ou grave em 2021 – 350 milhões a mais em comparação com antes do início da pandemia de COVID-19. Quase 924 milhões de pessoas (11,7% da população global) enfrentaram insegurança alimentar em níveis severos, um aumento de 207 milhões em dois anos.
Estes novos dados mostram que o mundo continua a afastar-se do objectivo Fome Zero - acabar com a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição em todas as suas formas - até 2030.
O relatório destaca ainda, repetidamente, a intensificação dos principais factores de insegurança alimentar e desnutrição: conflitos, extremos climáticos e choques económicos, combinados com desigualdades crescentes.
Neste relatório defende-se que “as dietas saudáveis devem ser fornecidas a custos mais baixos para contribuir para uma maior capacidade das pessoas as adquirirem, o que implicará tanto uma expansão da oferta de alimentos nutritivos e seguros constituintes de uma dieta considerada saudável como a mudança de hábitos do seu consumo”. Para tal, considera-se que "é preciso reorientar o apoio político para tornar as dietas saudáveis mais acessíveis, sustentáveis e inclusivas através da utilização dos orçamentos públicos de forma mais económica e eficiente para atingir os objectivos de desenvolvimento, incluindo a redução do custo de dietas saudáveis, melhorando assim a acessibilidade, de forma sustentável e inclusiva, garantindo que ninguém seja deixado para trás”.